Por no Gráfico

Nunca imaginei, mas uma das coisas mais divertidas de fazer com um blog é olhar os gráficos de visitação. Essa gororoba que não consigo atualizar ou colocar um maldito RSS, ainda assim tem alguns parcos leitores. Dando uma olhada nas vísitas das últimas semanas e fazendo um rápido Cálculo Hipotético Universal de Tendência Estatística (C.H.U.T.E.), eu diria que tenho aproximadamente 12 leitores assíduos, mais meia dúzia de náufragos ocasionais.

E eu sempre achei gráficos divertidos, mesmo não sendo um grande fã da matemática. Quando eu dava aulas de Excel tinha uma aula inteirinha sobre como fazer gráficos, e principalmente, como LER gráficos, coisa que a maioria das pessoas não sabe fazer.

Na última semana eu me deparei com dois gráficos interessantes, um feito por pessoas que sabem fazer gráficos, e outro por pessoas que não sabem fazer. Vamos começar pelo segundo.

Causou um certo furor entre os socialmediatards este “estudo” aqui sobre onde as pessoas estão buscando informações. O gráfico é esse primor aqui:

Como não fazer um gráfico

Como não fazer um gráfico

O que o gráfico está dizendo? Bom, o eixo x (horizontal) é uma medida de tempo. Ou tenta ser. O mesmo intervalo que é usado para representar 50 anos (1800-1850) é usado para representar dois anos (1998-2000), ou seja, o eixo x não significa NADA. Já o eixo y (vertical) representa… o quê? Não tem indicação, nem unidade de medida, nem legenda… Pelo texto que acompanha essa belezura, o eixo y é “quantidade de informação”.

Mas peraí. Que tipo de informação? Informação gerada? Recebida? Compreendida? Informação nova? Não diz, em lugar nenhum. E como diabos a gente mede informação fora do meio digital (onde você pode usar bits como uma unidade precisa de medida)? O cara inventou um meio de MEDIR informação? E ninguém deu o Nobel pra ele? E cadê a metodologia? Cadê as fontes?

Mais tarde, no meio dos comentários, o autor da pérola confessa que os dados do gráfico foram obtidos com a mesma metodologia do C.H.U.T.E. que eu uso para medir os leitores do blog. Ou seja = useless.

Dito isso, é bom dizer que é óbvio que estamos cada vez passando mais tempo nas Internets e que temos mais veículos de comunicação chutando para escanteio as “mídias tradicionais”. O foco da atenção das pessoas está mudando, o que nos leva ao gráfico número 2:

Saiu no Meio & Mensagem por esses dias este gráfico dos Investimentos em Publicidade no País. Infelizmente, não tive acesso aos dados originais (ainda), então também não tenho a metodologia, mas pelo menos o gráfico é bonito:

bolo_midia

Mais do que bonito, é interessante. A Internet vem dominando a vida das pessoas, para o eterno horror das mídias tradicionais, e em apenas 15 anos de existência, ela já abocamnhou… quanto dinheiro mesmo? Menos de quatro porcento do faturamento total de publicidade. MENOS DE QUATRO PORCENTO é o motivo pelo qual as pessoas se descabelam tanto, em especial nos jornais e revistas.

E eu sou o primeiro a achar que o gráfico também está errado. Eu não vi a metodologia, mas não sei se ela inclui todo o investimento de pequenas empresas na Internet. Também não sei se esse gráfico conta apenas a compra de espaço publicitário ou também a verba alocadas para outras atividades de promoção, como a criação de blogs e twitters corporativos ou investimentos em Search Engine Optimization, por exemplo. Não é pouca grana. De qualquer forma, eu e meu C.H.U.T.E. esperávamos uns 10% nesse número aí.

Em todo caso, quase 4% significa mais de 170 milhões de verdinhas. Dinheiro há…

2 Responses to Por no Gráfico

  1. Marcelo V. disse:

    Dados de visitação de blogs são legais mesmo. Mas o que eu mais gostava era dos referrers (que o maldito novo medidor do Google não traz), que revelava que grande parte dos visitantes ocasionais do meu blog estava atrás de coisas como “sexo com anões”.

  2. Gostei de pesquisar aqui um abraço…isa

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